Quem sou eu? Ou, melhor, o que sou eu? De que é feita a essência humana? Essas e outras dúvidas assaltam a consciência humana talvez desde o momento em que nos percebemos como humanos.
Essa investigação, necessária e premente, acompanha-nos no decorrer de toda a vida, em processos de construção e desconstrução constantes, geradores de crises e consolidadores de nossa personalidade. Para todos essa busca é incômoda. É mais delicado e cômodo nos enganarmos, distraídos em assumir os papéis temporários que a vida em sociedade nos impinge.
Vivemos inconscientemente essa procura interminável, e esse é o fardo de todo e qualquer ser humano. Vivenciar visceral e conscientemente o périplo em torno das perguntas que na verdade nunca serão respondidas – talvez porque a essência do homem resida na indagação, não nas respostas a elas – , porém, é iniciativa de poucos. Há o assombro, o soco, a morte, há o espinho ressentido, há angústias envolvidas, dos quais não se pode escapar.
Ao mesmo tempo, agora mostra uma viagem em busca desse conhecimento. A leitura do texto é, inicialmente, perturbadora. O processo de raciocínio da personagem ameaça tragar-nos num labirinto emocional que, creio, busca desestabilizar, desconstruir, enterrar definitivamente no peito a lâmina fina e dolorida que estabelece o desconforto. O leitor que embarca sem preconceito nessa viagem pode compartilhar dores e inquietações não apenas do autor, mas de toda uma geração, perplexa diante do amargo gosto do tempo. Como no Inferno de Dante, urge, ao entrar, deixar toda esperança, pois, se há redenção, o caminho até lá será íngreme e áspero.
Professora Hilana Cabral Ribeiro
Essa investigação, necessária e premente, acompanha-nos no decorrer de toda a vida, em processos de construção e desconstrução constantes, geradores de crises e consolidadores de nossa personalidade. Para todos essa busca é incômoda. É mais delicado e cômodo nos enganarmos, distraídos em assumir os papéis temporários que a vida em sociedade nos impinge.
Vivemos inconscientemente essa procura interminável, e esse é o fardo de todo e qualquer ser humano. Vivenciar visceral e conscientemente o périplo em torno das perguntas que na verdade nunca serão respondidas – talvez porque a essência do homem resida na indagação, não nas respostas a elas – , porém, é iniciativa de poucos. Há o assombro, o soco, a morte, há o espinho ressentido, há angústias envolvidas, dos quais não se pode escapar.
Ao mesmo tempo, agora mostra uma viagem em busca desse conhecimento. A leitura do texto é, inicialmente, perturbadora. O processo de raciocínio da personagem ameaça tragar-nos num labirinto emocional que, creio, busca desestabilizar, desconstruir, enterrar definitivamente no peito a lâmina fina e dolorida que estabelece o desconforto. O leitor que embarca sem preconceito nessa viagem pode compartilhar dores e inquietações não apenas do autor, mas de toda uma geração, perplexa diante do amargo gosto do tempo. Como no Inferno de Dante, urge, ao entrar, deixar toda esperança, pois, se há redenção, o caminho até lá será íngreme e áspero.
Professora Hilana Cabral Ribeiro